domingo, 3 de maio de 2009

Sobe e desce

Apesar de muitas vezes aparecerem assustadores, os treinamentos com subida e descida ajudam o corredor a melhorar seu desempenho nas provas
Você é daqueles corredores que toda vez que vê uma ladeira pela frente entra em desespero e muda o percurso de seu treinamento? Então talvez esteja na hora de rever seu estilo de corrida, pois saber alternar trajetos com subidas e descidas na hora do exercício físico é de grande importância para o atleta e traz muitos benefícios.


“É muito importante para o corredor incluir esse tipo de treinamento na sua preparação. Nos trajetos com subida, ele ganha força na perna, o que lhe proporciona um aumento na velocidade, já na descida, há também o fortalecimento, além de um aumento na freqüência das passadas”, explica o diretor técnico da 4any1 Assessoria Esportiva, Hugo Coimbra.


Fábio Pomes, diretor técnico da assessoria esportiva Sistema Helix, também fala da importância do fortalecimento adquirido com este tipo de exercício. “O treinamento em subida gera um aumento de intensidade ao exercício, com maior segurança que o simples aumento da velocidade. Ele exige uma nova mecânica do movimento para ser executado, quebrando assim a monotonia do treino somente no plano”, diz o treinador.


Apesar de muitos acharem que são um alívio para as pernas, as descidas também devem ser encaradas de maneira bastante técnica, pois exigem da musculatura mais do que os trechos planos e de subida. “Durante a descida, enquanto a musculatura do quadríceps faz uma contração concêntrica (positiva, que vence a carga), ela, ao mesmo tempo se distende para frear o movimento evitando a queda. Em função dessas forças antagônicas, as microlesões nas fibras musculares são maiores nesse treino que em qualquer outro. Isso pode gerar uma dor residual até três dias após a atividade”, explica Pomes.


BenefíciosSe executados de forma correta, os treinamentos em subida e descida podem dar ao atleta benefícios também no desempenho durante as provas. “Com a força física adquirida, com certeza o corredor sentirá também uma melhora de desempenho na corrida. Ele conseguirá, por exemplo, manter a mesma velocidade que estava acostumado com menor esforço, ou poderá aumentar seu ritmo, diminuindo o tempo de prova”, diz Coimbra.


“Existe uma lei em treinamento que é a da especificidade. Ou seja, quanto mais específico for o treinamento, melhor será seu desempenho neste dado movimento. Quem treinar subidas ficará bom em subidas, quem treinar descidas, ficará adaptado para elas. A variação de técnicas de corrida devem fazer parte do cardápio de todos os atletas, principalmente amadores, e a transferência de capacidades físicas ocorre de um tipo de treino para o outro”, completa Pomes.


Além das melhoras físicas, esse tipo de treinamento pode trazer também ajuda a melhorar a confiança. “Psicologicamente falando, o atleta tira proveito desse tipo de treino. Se, por acaso, em uma prova, se depara com uma subida, ele estará preparado, e seu desempenho não será prejudicado”, diz Paulo Rennó diretor técnico da Paulo Rennó Assessoria Esportiva.


Cuidados

Apesar de muito eficiente, este tipo de treinamento exige alguns cuidados do corredor antes de ser posto em prática. Os iniciantes na prática do esporte devem evitar a subida no começo.“No começo aconselho ao corredor tomar cuidado com o treinamento na subida, já que ele exige muito das articulações. Se o atleta já possui algum problema, ele pode se agravar, gerando algumas lesões como a tendinite no tendão de aquiles, por exemplo”, orienta Coimbra.


E se você pensa que a subida é a parte mais “problemática” do treinamento, tome cuidado. A descida, se feita de forma incorreta, também pode trazer prejuízos ao corredor. “Quem está começando deve evitar principalmente a descida. A tendência é que, em função de uma técnica inadequada, o atleta tenda a sobrecarregar as articulações, principalmente dos joelhos e tornozelos, freando o movimento de maneira exagerada. Alguns acreditam que por se tratar de uma descida podem relaxar todo o corpo e se `jogar´ do jeito que der, seguindo o ditado: `na descida todo santo ajuda´”, afirma Pomes.


Para os iniciantes que desejam incluir este tipo de trajeto no treinamento, Rennó dá a dica. “Os atletas em um nível mais avançado podem fazer esse tipo de treinamento até duas vezes por semana, mas, o normal é que seja feito apenas uma. Os iniciantes também podem fazer, mas, ao invés de correr, devem caminhar”.
Fausto Fagioli Fonseca

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Treinamento e descanso: qual a combinação ideal?

Na preparação para uma corrida, treinar e descansar são partes de um mesmo todo. Tanto os corredores experientes quanto os novatos devem estar atentos aos princípios do treinamento esportivo que falam sobre a individualização da carga de treinamento e do repouso e durante o próprio treinamento (pausas).
Há corredores que acreditam que devem treinar muito (além) para obterem boas marcas. No entanto, se não houver o controle da carga e a programação de períodos de recuperação (pausa e repouso), o risco de cometer excessos será prejudicial à saúde do corredor e ao seu desempenho.

Não é difícil se cometer excessos durante a preparação para uma competição. Um treino longo com os amigos que não esteja programado, por mais confortável que seja o ritmo, pode prejudicar uma semana toda de treinos pela. O mesmo é válido para um treino intervalado em que o corredor acaba "embalando" nos desempenhos alheios e o treino passa a ser uma disputa sem sentido.

Conclusão: o corredor não consegue cumprir com a programação estipulada (devido a uma intensidade superior às suas possibilidades) e desgasta-se ao extremo, prejudicando seus treinamentos posteriores. Há corredores que treinam muito e... competem muito mal. Os "leões de treinos" geralmente transformam-se em "gatinhos mansos" nas competições. Evite essa companhia em seus treinos!


O corredor que concentrar seus esforços em fazer uma preparação adequada (observando-se quilometragem, ritmo e repouso individualizados) tem mais chances de ver seu resultado melhorar com o passar do tempo. Nada se consegue facilmente, mas com dedicação, perseverança e muita disposição. Fórmulas milagrosas e treinos mágicos estão fora de cogitação quando o assunto é treinamento de corrida!


DOSE CERTA DE TREINO E DESCANSO.

Se por um lado treinar em excesso é prejudicial, descansar demais é bom? A questão do descanso muitas vezes não é bem compreendida pelos corredores e até por treinadores. Geralmente se dá muita importância aos exercícios físicos, técnicos e táticos, esquecendo-se de que o descanso é parte indissociável do processo de treinamento. O corredor deve encontrar o equilíbrio entre treinamento e descanso. O repouso em demasia, assim como o treino em excesso, não permite a melhora do condicionamento físico.

E qual a explicação para o fato de que o descanso exagerado pode ser tão prejudicial quanto o excesso de treinamento? Quando se treina, os recursos energéticos são reduzidos; durante o período de recuperação ocorre a restauração dos estoques de glicogênio nos músculos em um nível superior àquele em que o corredor iniciou o treinamento. Assim, "descansar em excesso" significa perder o melhor momento para aplicar um novo estímulo, ou seja, treinar novamente.

Essa compensação induzida pelo treinamento é responsável em parte pela melhora do condicionamento do corredor.

No entanto, essa compensação tem tempo de duração determinado. Para que o corredor aproveite o fator treino x recuperação de modo eficaz, ele deve treinar no momento oportuno, ou seja, quando a compensação dos recursos energéticos estiver em seu ponto mais elevado. Caso contrário desperdiçará o nível ampliado de suas reservas energéticas, retornando ao ponto inicial do treino anterior. Ou seja, se descansar demais, passará do ponto e não obterá os benefícios proporcionados pelo treinamento anterior.


Por outro lado, se o corredor treinar antes que ocorra a compensação dos recursos energéticos, duas situações podem ocorrer:

1) Se a compensação alcançar o nível inicial do treino anterior e houver um novo treinamento, a condição física do corredor não melhora, mas também não piora.

2) Se a compensação não alcançar o nível inicial e houver treinamento, o condicionamento piora, pois não houve tempo necessário sequer para o restabelecimento do nível inicial dos recursos energéticos.

A duração do descanso para que ocorra o fenômeno da compensação depende do tipo de treinamento realizado e também das ações do corredor durante o repouso. Ou seja, horas adequadas de sono, lazer e alimentação correta são fundamentais para que o processo de restauração das reservas de energia seja um sucesso e para que o corredor esteja novamente pronto para um novo treino ou competição.

Se o corredor for "obrigado" a descansar, seja por uma lesão ou por outros compromissos, deve ter a consciência de que o condicionamento será prejudicado. Assim, qualquer que seja o motivo da interrupção do treinamento, o corredor deverá retornar aos treinos de modo suave e gradual. Nada de tiros fortes imediatamente após um longo período de inatividade! Por incrível que pareça, muitos fazem exatamente isso!

RECUPERAÇÃO DE CADA TREINO.

O tempo estimado de recuperação de cada tipo de treinamento deve ser observado com rigor, pois significa que o corredor poderá realizar outro treino com as mesmas características somente após esse intervalo de descanso. Realizar dois treinos de características idênticas antes do descanso ideal é prejudicial ao rendimento e à saúde, pois o organismo do corredor ainda não se encontra preparado para uma nova carga de trabalho idêntica.

O organismo se recupera mais rápido de treinos de menor duração e maior intensidade do que em relação aos treinos mais longos e de menor intensidade.

No dia seguinte aos treinos fortes (seja em duração ou intensidade), é recomendável realizar treinos leves e regenerativos (trotes na grama e alongamentos, por exemplo), pois isso auxilia no processo de recuperação (descanso ativo). Os trotes na grama não devem ir além dos 25-40 minutos e o ritmo deve ser suave. Os alongamentos, na medida correta (sem forçar os músculos além do seu natural e permanecendo na posição entre 20-30 segundos), servem para "desintoxicar" a musculatura.


Além da observação dos tempos estimados para recuperação, o corredor também deve aprender a "ouvir" o seu corpo entre as sessões de treinos. Assim, se no dia seguinte a uma rodagem de 1 hora em ritmo confortável, o corredor sentir seus músculos doloridos ou uma fadiga não habitual, o ideal é treinar leve ou até mesmo descansar.


O desequilíbrio entre treinamento e descanso pode levar ao overtraining, isto é, a um estado de esgotamento da capacidade orgânica. Sinais como desânimo, falta de apetite, queda no rendimento em treinos e competições, insônia ou desejo exagerado em descansar, alterações na freqüência cardíaca de repouso e treinamento (para um determinado ritmo de corrida), podem ser indícios de que algo está errado. O excesso de treinamento, se detectado a tempo, poderá ser corrigido em uma semana; porém, se for negligenciado, pode levar meses para uma completa recuperação.

O treinamento ideal deve considerar fatores como a idade, o sexo, o estado geral de saúde, nível de condicionamento, tipo de treinamento realizado, disponibilidade para treinar e objetivos. Cada corredor deve elaborar a sua proposta de treinamento conforme os fatores mencionados.

Somente assim a combinação ideal entre treinamento e descanso será encontrada e o corredor será beneficiado por uma preparação adequada para a obtenção de marcas cada vez melhores.


Prof. Esp. MARCELO AUGUSTI

terça-feira, 31 de março de 2009

Para correr do frio

Apesar de acostumados com clima tropical do Brasil, muitos atletas saem do País e enfrentam temperaturas baixas. Siga as dicas dos treinadores para se preparar adequadamente e encarar o frio sem medo

O fato de os corredores brasileiros estarem acostumados com temperaturas elevadas durantes os treinamentos e corridas faz com que algumas dúvidas relacionadas à disputa de provas em temperaturas baixas surjam antes do evento.


Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, muitas vezes o corredor se depara com climas que não está acostumado, com temperatura por volta dos 5ºC, ou até abaixo disso. E, uma das primeiras questões que surgem é quanto à vestimenta. O que usar nas corridas de clima frio? O professor Luís Eduardo Tavares, diretor técnico da Equipe de Corredores Tavares, explica:


“O atleta que vai participar em uma corrida cujo clima seja frio deve usar moletom, roupas de lycra e principalmente luvas. Aconselho aos corredores usarem quatro ou cinco camisetas, uma por cima da outra, assim, de acordo com o aquecimento durante a prova, ele pode tirá-las e jogá-las fora”.


O técnico judiciário, Marcelo Jacoto, 29, corre há oito anos e já participou de várias provas internacionais, como a maratona e meia-maratona da Disney, e as maratona de Nova York, Paris, Londres e Buenos Aires, e comenta sobre suas preferências em corridas com temperaturas baixas.


“Já disputei provas em muitos países, e peguei frio em muitos deles. Durante os treinos nesses locais com temperaturas mais baixas, costumo me agasalhar bem. Já durante a corrida, não gosto de usar muitos acessórios, pois acho que eles me atrapalham um pouco, mas alguns amigos usam luvas e toucas. O que eu sempre faço é levar várias roupas reservas na mochila, para trocar quando acaba a prova”.


Hidratação e alimentação

O atleta deve dar grande atenção à hidratação quando for participar de corridas no frio, como explica o ex-técnico de atletismo e ex-treinador, Nilson Duarte Monteiro. “A hidratação em climas frios é até mais importante do que no quente. O atleta queima muito mais calorias no frio do que no calor para aquecer adequadamente o corpo como um todo, por isso a hidratação é importantíssima”.


Luís Tavares também alerta sobre a importância de uma hidratação bem feita. “Em climas mais frios o atleta pode não sentir tanta sede quanto no calor, e é aí que mora o perigo. Pelo fato de estar frio, não significa que o corredor não esteja se desidratando, é importante que se hidrate normalmente durante a corrida, mesmo em baixa temperatura”.


Quanto à alimentação, o treinador Onécimo Ubiratam Medina Melo, diretor técnico da Bira Treinamento e Consultoria Esportiva comenta sobre como deve ser feita. “Não há necessidade de mudar a alimentação. Pode acontecer, se o lugar for muito frio, de nos dias anteriores surgir uma vontade de consumir comidas mais calóricas como: chocolate, queijos e derivados do leite”.“Um cardápio mais calórico pode ser adicionado, porém aconselhável não alterar muito seu cardápio habitual para não dar problemas estomacais”, completa Eduardo Tavares.


Preparação

Muitos corredores no Brasil fazem seus treinamentos, ou até mesmo participam de provas que contam com temperaturas altas. Assim sendo, outra dúvida que pode surgir é, como adaptar meu corpo para uma corrida a temperaturas baixas?O atleta pode começar por mudar seu horário de treinamento, deslocando-o para um horário cuja temperatura esteja mais amena, ou, se possível, se deslocar para outra cidade em que o tempo esteja mais frio.


O treinador Douglas de Melo, diretor técnico da assessoria esportiva Top Notch explica a importância da adaptação do atleta.“Se houver a possibilidade de realizar alguns treinos em ambientes que retratam a realidade da prova, mais adaptado e preparado o atleta estará, diminuindo a sensação subjetiva de frio e aumentando o metabolismo basal. Toda preparação mais próxima da realidade e especificidade das situações climáticas trará melhor desempenho”.


Com o treinamento em temperaturas mais parecidas com a do dia da prova, o atleta se adapta também psicologicamente, como fala Melo. “Para um atleta que irá enfrentar pela primeira vez uma corrida no frio pode ser um pouco desconfortável, pois a respiração, vento, ar ambiente, tudo é diferente, e isso pode fazer com que ele se sinta mais cansado durante a corrida. O melhor a fazer é se concentrar e focar o objetivo traçado durante os treinos”.


Na corrida

Nas provas realizadas em temperaturas por volta de 5ºC, o corredor pode mudar alguns aspectos na sua estratégia, como explica Monteiro. “Mesmo tendo feito o aquecimento de forma adequada, é mais vantajoso para o atleta que vai correr no frio começar a prova em um ritmo um pouco abaixo do ideal de prova que ele está acostumado, e ir crescendo progressivamente”, diz o treinador, que completa.


“Quando saímos para treinar, aquecemos antes. Mas, mesmo assim, o ritmo ideal do corredor só vai se estabelecer lá pelos quilômetros 3 ou 4. Isso porque ele atingiu o aquecimento ideal. Ninguém sai em disparada em treinamento. Conforme aquece, o ritmo do atleta aumenta”.


“Quando vou disputar uma corrida com temperaturas baixas, o momento que sinto mais dificuldade é na largada, pois fica difícil se aquecer. Depois, quando a prova começa e o aquecimento já está ideal, não sinto tanta diferença”, conta Jacoto.


Fausto Fagioli Fonseca

sexta-feira, 27 de março de 2009

Você escolhe: treinar para a maratona de Florianópolis, Porto Alegre ou São Paulo


O primeiro semestre de 2009 está repleto de desafios para os maratonistas! As maratonas de Florianópolis (19/abril), Porto Alegre (24/maio) e São Paulo (31/maio) são as provas de destaque desse período, contando com desconto na inscrição para os assinantes da CR. E no final de junho (dia 28) tem ainda a Maratona do Rio, para a qual estaremos fazendo uma proposta específica em uma próxima edição.

Florianópolis, por sua beleza, é uma maratona que não pode faltar no currículo de nenhum maratonista, além de oferecer boas condições, por seu percurso plano e temperatura amena; Porto Alegre é considerada a maratona mais veloz do Brasil, não só pelo percurso favorável, mas talvez principalmente pela temperatura fria ou muito agradável; já a de São Paulo tem o apelo da TV e o trajeto não é dos piores, com uma bela largada na Ponte Estaiada e chegada no Obelisco do Parque Ibirapuera.

Para quem já vem correndo regularmente, inclusive meias-maratonas, treinar para Floripa em apenas 2 meses não chega a ser algo muito fora de propósito. Mas, para aqueles que necessitam um tempo maior de treinamento, até por eventualmente estarem estreando na distância, Porto Alegre e São Paulo são mais viáveis, e eventualmente o Rio. Também apresentamos a opção de fazer mais de uma dessas provas, o que aliás costuma ser corriqueiro para muita gente, conforme a revista noticiou na matéria especial sobre o Ranking Brasileiro de Maratonistas (ed. de janeiro).

TREINO PARA FLORIPA OU MÚLTIPLAS MARATONAS.
Participar em múltiplas maratonas requer um bom plano de treinamento. Não é impossível, lógico, apenas são necessários ajustes na preparação para viabilizar esse desafio. Os atletas de alto rendimento participam geralmente de apenas duas maratonas durante o ano. Isto se justifica pelo fato de que esses corredores buscam, em cada uma dessas provas, o máximo rendimento possível, o que faz com que necessitem de um maior período de recuperação, devido à alta intensidade e longa duração do esforço físico / psicológico.

Entretanto, para os corredores que participam pela satisfação pessoal, embora também busquem novas marcas pessoais na distância, o desgaste não costuma ser da mesma ordem, pois algumas das maratonas são feitas "apenas para completar", o que efetivamente não requer um grande espaço entre as competições.

Consideramos que os corredores em questão estejam treinando regularmente há pelo menos seis meses e já tenham participado de pelo menos uma maratona (experientes) e uma corrida de 15 km (estreantes) durante esse período.

Nas oito semanas de preparação para Floripa, os corredores vão treinar a força geral (musculação), a potência aeróbica (tiros de 1000 e 1200m), o limiar anaeróbio (tiros de 1600m), a resistência aeróbica (longos e rodagens), a velocidade (acelerações de 100m) e a resistência específica (ritmo de maratona), tudo intercalado com dias de recuperação (descanso).

Todos os treinamentos estão combinados de modo que o corredor possa realizar uma excelente prova em Florianópolis e esteja preparado para as duas seguintes, caso queira encarar o desafio.

Para apurar a forma dos corredores, sugerimos a participação na meia da Corpore, em São Paulo, ou da Trilheira, em Rio Grande da Serra, ou na de Brasília, todas no dia 5 de abril. As meias de São Paulo e Brasília, pelas características de percurso, podem facilitar o "encaixe" do ritmo; porém a Trilheira, disputada em trilhas e estradas de "chão batido", com muitos aclives e declives, necessitará de alguns ajustes no ritmo médio.

Para os corredores que pretendem correr apenas em Porto Alegre ou São Paulo (ou em ambas), a forma poderá também ser apurada nas meias do Corpa e da Linha Verde, em Belo Horizonte, dia 26 de abril.

Nessas provas, o corredor deverá correr no ritmo médio de competição, ou seja, no tempo em que pretende concluir a maratona. As provas servem como teste de controle e avaliação do treinamento. Assim, o corredor não deve preocupar-se com o resultado final, porém, em concluí-las no ritmo médio de competição, pois o objetivo é avaliar o esforço físico / psicológico relacionado à resistência específica.

Veja exemplos para um corredor que pretende concluir a maratona em 3 horas:

Exemplo 1: 3 km trote + 5 x 1000m + 3 km trote: significa que o corredor deverá realizar um aquecimento inicial de 3 km trotando (corrida lenta) + 5 repetições de 1000m no tempo de 3'25" a 3'40" cada repetição, observando como recuperação (entre as repetições), um trote de 400m e finalizando o treino com 3 km de trote (desaceleração).

Exemplo 2: 3 km trote + (RM) 6 + 5 + 4 km + 3 km trote: significa que o corredor, após o aquecimento, deve percorrer as distâncias de 6, 5 e 4 km no ritmo de maratona (RM), que corresponde a 3'55" a 4'14" / km, intercalados com um trote de 1000m (recuperação), finalizando com trote.

Para o treinamento da força geral, importante para o fortalecimento muscular e prevenção de lesões, aumento da força muscular e melhora na eficiência mecânica (economia de corrida).

CUIDADOS COM A FADIGA.
Após a participação em Florianópolis, elaboramos uma nova seqüência de treinamento para que o corredor possa se recuperar dos 42 km e, ao mesmo tempo, continue a preparação para enfrentar as duas próximas disputas, em Porto Alegre e São Paulo.

Na segunda etapa da preparação, o corredor terá pela frente mais seis semanas de treinos. O desafio agora é deixar o corredor em forma novamente para mais dois 42 km. Entre Floripa e Porto Alegre, são cinco semanas de diferença; entre Porto Alegre e São Paulo, apenas uma! Loucura? Não! Basta organização e bom senso!

Como regra geral, se o corredor sentir fadiga em dois treinos consecutivos, o ideal é descansar por mais dois ou três dias antes de prosseguir. Caso ainda sinta o esforço, talvez o melhor seja desistir do projeto das múltiplas maratonas. A saúde sempre em primeiro lugar!

Prof . Esp. MARCELO AUGUSTI

quinta-feira, 26 de março de 2009

Fartlek ou intervalado?


Fausto Fagioli Fonseca
Todo corredor tem como meta melhorar o desempenho nas provas que disputa. Mas, para alcançar seus objetivos, além dos treinamentos longos e de rodagem, também é preciso realizar trabalhos específicos que visam o aumento de velocidade. Dois dos métodos mais comuns para isso são os treinos intervalados e o fartlek. Conheça a diferença entre eles e saiba como evoluir a performance nas ruas.

O jogo da corrida
Na década de 30, o treinador sueco Gösta Holmér desenvolveu um novo estilo de treinamento. Conhecido como Fartlek, por juntar as palavras suecas “fartlöpning", que significa correr, e "lek", tradução de brincar, a atividade visava um esforço contínuo no treinamento de corrida, e até hoje é muito utilizada pelos atletas.

De acordo com treinador Albená Nunes, da assessoria esportiva Clube Fórmula de Corrida, uma tradução mais livre da palavra seria “jogo de velocidade”, ou ainda “brincar de correr”, pela maneira que ela é desenvolvida. Nunes divide em quatro este tipo de treinamento:

1º Fartlek original:
Nele, o corredor define as distâncias e o ritmo de corrida de acordo com sua disposição no momento. Deve ser realizado com variação de terreno: subidas, descidas, retas, grama, terra, asfalto, areia etc;

2º Fartlek dirigido:
Aqui, as variações de distância e ritmo são orientadas e controladas pelo treinador. Atualmente, ótimos treinos neste método são utilizados na esteira, o que possibilita maior controle de velocidade, duração, inclinação e declinação.

3º Fartlek especial:
Há uma variação de corridas de diferentes distâncias, ritmos e duração, além de acrescentar exercícios educativos e saltos.

4º Fartlek líder:
Neste treinamento, realiza-se a formação de grupos de corredores do mesmo nível. A cada momento, um deles será o líder e determinará a velocidade do estímulo. Os demais deverão ultrapassá-lo e então modifica-se o líder. É importante estabelecer às distâncias utilizadas ou a duração do estímulo a cada alteração de velocidade e aos momentos de aceleração. Quem pode Praticar?“O fartlek pode ser utilizado em todos os períodos e fases do treinamento”, diz Nunes.

Para o treinador, este método pode ser proveitoso tanto para os corredores mais experientes quanto para os que estão começando na corrida.

O treinador Eduardo Bigarelli, diretor técnico da Bigah Assessoria Esportiva, explica que este tipo de treinamento pode ser realizado por qualquer atleta. “Não há restrição para quem pode treinar o fartlek, mas ele pode ser mais proveitoso para quem já tem uma base na corrida.

Esse método é feito em uma intensidade mais alta, e força mais o corredor, gerando também maior desgaste. Porém, quem o pratica ganha em resistência e força, além de melhorar a coordenação motora”.

A publicitária Mariah Martins, 23, corre há seis meses, e, com acompanhamento de seu treinador, faz o treinamento fartlek para melhorar sua resistência. “Esse treinamento exige muito, mas já estou colhendo os frutos. Sofro um pouco durante as sessões, mas a sensação no final é indescritível, de dever cumprido, preparada para enfrentar o dia de trabalho”.

Intervalado

O treinamento intervalado, como o próprio nome sugere, é composto por um trabalho interrompido e repetido, em que o atleta tem um período de descanso após o exercício físico. É um método mais comum, também usado com bastante frequência pelos treinadores.

“O treinamento intervalado é um método de treino caracterizado por períodos de estímulos e períodos de recuperação parcial. Diferentemente do fartlek, esse método requer total controle dos seus componentes de controle da carga, ou seja, a duração, a distância, a densidade entre esforço e recuperação, a freqüência semanal e a intensidade devem ser todos controlados metodicamente e orientados pelo treinador”, explica Nunes.

“Com esse treinamento, ganhei também muita intensidade e consegui aumentar muito minha resistência nas provas. Não tenho preferência pelo fartlek ou pelo intervalado, até porque, sei que um complementa o outro. Ganho muito praticando os dois”, fala Mariah, que corre provas de 5 e 10 km.

Tanto o fartlek quanto o intervalado podem ser praticados em uma mesma rotina de treinamento, como ressalta Bigarelli. “Os dois podem ser feitos, por exemplo, em uma preparação para alguma prova, porém, é importante ressaltar que deve haver um intervalo entre ambos, com uma certa distância, incluindo também o descanso”.

Vantagens e Desvantagens

O treinador Albená Nunes listou algumas vantagens e desvantagens de se praticar cada tipo de treinamento, veja abaixo:

Fartlek
Vantagens:
1) Sair da rotina dos treinamentos;
2) Sair da monotonia;
3) Liberdade de execução de acordo com a disposição;
4) Preparar os atletas para as mudanças de ritmo que por vezes acontecem durante as corridas.

Desvantagem:
1) Falta de controle total da carga de treinamento, principalmente se não conhecermos o local onde irá ser realizado o treino

Intervalado
Vantagens:
1) Controle total da carga de treino;
2) Suportar estímulos intensos;
3) Melhora da capacidade anaeróbia e aeróbica de acordo com a proposta do treino;
4) Adequar o atleta a correr em determinado ritmo;

Desvantagens:
1) Por ser um treinamento de alta intensidade, poderá levar a fadiga ou a lesões se não for bem orientado e executado com frequência semanal adequada ao corredor.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Overtraining pode causar osteoporose precoce


A busca incessante para perder peso e a pressa em reduzir as medidas pode trazer sérios prejuízos às mulheres. Especialistas alertam que excesso de treinamento (overtraining), associado à falta de orientação adequada, pode ser prejudicial à saúde.Maurício de Moraes, médico ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia de São Paulo (IOT – SP), afirma que a prática excessiva de exercícios pode desregular o ciclo menstrual ou até cessá-lo, provocando a osteoporose precoce.




“O overtraining altera o metabolismo hormonal e o processo da absorção e reabsorção do cálcio. Com isso, o organismo feminino passa a retirar o cálcio do osso na tentativa de manter o equilíbrio, gerando osteoporose secundária”, explica Moraes.


As dores contínuas costumam ser um dos primeiros sinais de que houve abuso nos treinamentos. Os médicos explicam que, normalmente, os incômodos aparecem de 24 a 48 horas após a atividade física, e são reflexos da degradação muscular e da lesão pelo esforço.


“As dores tendem a cessar após dois ou três dias. Porém, a permanência do sintoma é um alerta de que algo está errado”, completa Rubens Rodrigues, que também integra a equipe de ortopedistas do IOT - SP O overtraining também pode gerar outros problemas ortopédicos, entre eles dor crônica, edema (inchaço), limitação de algumas funções da articulação e, muitas vezes, lesões permanentes. Nesses casos, é fundamental realizar atividades físicas apenas com a orientação médica e supervisão de um treinador.
Revista O2

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quando e como reduzir o treino antes de uma maratona

Os corredores já sabem da importância de se reduzir a carga de treinamento (quilometragem e intensidade da corrida) antes de uma competição. Se o treinamento prevê melhoras no condicionamento físico ao longo do tempo, é certo também que produz a fadiga, um indicador fiel das possibilidades individuais.



Assim, ao preparar-se para uma corrida importante, o corredor deve encontrar o equilíbrio entre a quilometragem percorrida e o ritmo (intensidade) em que a corrida é realizada e durante quanto tempo isso deve ser feito, e quando deve haver uma redução desses parâmetros.




Somente desse modo será possível obter a melhor forma para a prova, ou seja, eliminar toda a fadiga proporcionada pelo treinamento (tanto física como mental) e estar apto para o melhor desempenho no dia decisivo.



As diversas pesquisas existentes na área do treinamento esportivo apontam que uma redução na quilometragem por duas ou três semanas antes de uma maratona é de grande importância para uma melhora no resultado competitivo. Porém, qual é a forma mais eficiente de diminuir o treinamento antes de uma corrida importante?



AS EVIDÊNCIAS E AS EXPERIÊNCIAS. A investigação científica e a experiência de atletas e treinadores mostram que, para uma maratona, o ideal é que a quilometragem seja reduzida a partir de três semanas antes da competição. Por exemplo, um maratonista poderia reduzir sua quilometragem em 20% na terceira semana antes da maratona, 40% na semana seguinte e 60% na semana da corrida, podendo com isso, obter uma melhora no desempenho em torno de 3%.
Entretanto, ainda não há um consenso entre cientistas, treinadores e atletas em relação ao tempo de recuperação antes de uma competição, pois estamos tratando de biologia que, ao contrário da matemática, não é uma ciência exata.



As diferenças individuais (individualidade biológica) são determinantes para uma exata compreensão de todos os fenômenos e ajustes bioquímicos que ocorrem no corpo humano. Isso dificulta o entendimento sobre os aspectos relacionados ao tempo necessário para uma completa restauração física e mental, de forma que o atleta entre na competição com a sua máxima possibilidade de desempenho.



A dúvida que sempre assalta os corredores, portanto, é: quando iniciar a recuperação, ou o descanso ativo? Pela nossa experiência como treinador, acreditamos nos seguintes pontos fundamentais para a solução dessa questão:



- O tempo de treinamento do corredor e a sua experiência.
- A idade do corredor e o seu estilo de vida (alimentação, sono, trabalho, lazer, família).
- A quilometragem acumulada para a competição em questão e o tipo de treinamento realizado.
- Períodos de descanso intermediário.
- A resposta do organismo aos estímulos do treinamento (ajustes biológicos).



Se estas questões forem bem compreendidas e consideradas no momento da elaboração do plano de treinamento para a competição, acreditamos que o treino possa apresentar inúmeras possibilidades para o seu desenvolvimento, permitindo ao treinador e ao atleta uma excelente planificação.



A PREPARAÇÃO IMEDIATA PARA A COMPETIÇÃO. Muitos corredores são capazes de participar de duas maratonas em um período de tempo de apenas sete dias, mantendo o mesmo nível de desempenho em ambas. Assim, seria possível fazer o último treino longo uma semana antes da maratona? Acreditamos que sim, desde que o corredor observe algumas regras importantes que estão relacionadas ao sono, alimentação, estresse social e profissional e à própria estrutura da planificação do treinamento.



Uma maneira de se fazer isso, sem prejuízo ao rendimento, é aquilo que chamamos de "preparação imediata para a competição", que nada mais significa que aumentar gradativamente, semana a semana, a quilometragem do treino longo, culminando com a maratona.



Veja o exemplo de periodização para a maratona, conforme o princípio do ciclo imediato para a competição:



Condicionamento: 22 km


Condicionamento: 24 km


Condicionamento: 26 km


Competição: 21 km
Condicionamento: 28 km


Condicionamento: 32 km


Condicionamento: 36 km


Competição: 42 km



Este ciclo imediato para a competição é dividido em dois períodos de 3 x 1: no primeiro, temos três semanas de condicionamento, onde a quilometragem do treino longo é elevada gradativamente, sendo que na quarta semana, haverá uma competição ou um treino forte na distância de 21 km, onde o corredor deverá buscar o seu melhor ritmo competitivo. No segundo período, novamente temos três semanas de condicionamento, com um novo aumento da quilometragem do treino longo, sendo que na quarta semana o corredor alcança o pico da quilometragem ao percorrer os 42 km da maratona.



A periodização composta pelos ciclos imediatos para a competição pode ser realizada por qualquer corredor experiente A vantagem desse sistema de cargas crescentes é que o corredor pode optar por realizar os dois períodos do ciclo (para os corredores que necessitam de um pouco mais de rodagem), ou apenas um único período, o último, para os mais treinados. Ou seja, é possível fazer a maratona com apenas 4 ou 8 semanas de treinos específicos para quem já apresenta um bom nível de rodagem.



Assim, longe de ser uma questão mitológica, podemos mostrar que é possível a realização de um trabalho de recuperação tanto seguindo os parâmetros tradicionais (de três semanas com redução da carga), como inovando na estrutura do ciclo de preparação (sistema de cargas crescentes), o que deixa claro que não há uma verdade exclusiva e universal em se tratando de treinamento esportivo e que tudo está aberto a novas experimentações. Em ambos os casos os corredores irão obter os benefícios de um bom planejamento e estratégia de treino.




COMO TREINA O EDITOR
Com mais de 30 maratonas "nas costas" e também duas Comrades, realizei treinos finais distintos para essas duas situações. Para as maratonas tenho feito sempre o último longo (entre 32 e 35 km) duas semanas antes da prova e no domingo anterior realizo um treino de aproximadamente 20 km no ritmo que pretendo correr a maratona ou um pouco mais rápido. Depois, na semana, só trotes leves de 10 km ou menos.



Para a Comrades, segui nestes dois anos, praticamente a mesma preparação, apenas um pouco mais rápido agora. Ou seja, fiz a seqüência de "longuíssimos por tempo" em fins de semana seqüenciais, que cresceram de 5 horas, para 5h50, 6, 7 e 8 horas. Depois deste último, fiz um longo forte na Maratona de Porto Alegre, outro mais fraco na Maratona de São Paulo e no domingo anterior à Comrades um treino de 25 km em ritmo mais rápido que imaginava correr na África (6/km e 6:30/km, respectivamente).



Esse treinamento funcionou (com exceção das cãibras na parte final...), mas confesso que se não houvesse a ocorrência daquelas duas maratonas talvez eu optasse em seguir para a Comrades a mesma preparação que costumo fazer para maratonas, ou seja, o longuíssimo de 8 horas duas semanas antes e no fim de semana anterior um treino mais rápido de 3 ou 4 horas. Isto porque terminei o treino de 8 horas muito bem, pela seqüência gradativa que vinha, e acredito que seria mais "natural" ter mantido a evolução nas semanas seguintes. Talvez no ano que vem eu experimente esse planejamento, mesmo porque a Comrades será dia 24 de maio, portanto não se podendo utilizar Porto Alegre e São Paulo para o apronto final.



Antes disso, porém, estarei correndo a 1ª Maratona de Punta del Este, dia 7 de setembro, para a qual pretendo manter aquele meu tradicional treinamento, que incluem longos em distância crescente, intercalados com algumas competições, para pegar ritmo. Dessa forma, deverei fazer a Meia de Campinas (13/7), depois um longo de 25 km, outro de 30, a Meia de São Bernardo (3/8), longos de 30, 33 e 36 km, a Meia da Praia Grande (31/8) e a Maratona de Punta.



Durante a semana irei manter os três dias de academia (seg., qua, sex.), onde faço musculação (braços e pernas), fortalecimento da coluna (abdominais e flexão) e um pouco de esteira. Às terças e quintas vinha fazendo "longuetes" na preparação para a Comrades, mas para a maratona irei trocar por treinos de qualidade, para ganhar um pouco mais de velocidade. Assim, nas terças farei fartlek (1,5 minuto fraco x 1,5 min. forte), com 3 km de aquecimento e outro tanto de desaquecimento, enquanto nas quintas serão tiros de 1.000 m com intervalo de 1 a 2 min. caminhando; também aqui o trabalho de aquecimento e de volta à calma, trotando.



Essa preparação é, em linhas gerais, bastante próxima da proposta aqui por Marcelo Augusti, e tem me permitido correr maratonas entre 3h30 e 4 horas, a depender da minha dedicação aos treinos, obviamente, e das condições oferecidas pela prova, notadamente a temperatura e a altimetria.



Para os que acharem muito em cima correr em Punta del Este, existe a opção da 2ª Maratona das Águas, promovida pelo Sesc-PR, dia 21 de setembro em Foz do Iguaçu, em percurso com predominância de aclives e declives, mas não muito fortes, e uma chegada exuberante, ao lado das Cataratas. (Tomaz Lourenço)


Prof. Marcelo Augusti

quarta-feira, 11 de março de 2009

Corrida no calor e com chuva

Com temperatura e umidade altas, a chuva de verão pode ser uma grande aliada


A chuva pode ajudar nos treinos com temperatura alta, pois o calor do corpo tende a diminuir. Em períodos sem chuva e com muito calor, o corpo tem um superaquecimento e isso prejudica o treinamento e pode até causar desidratação.


Portanto a chuva acaba muitas vezes sendo uma aliada do treinamento.Em dias muitos quentes fica difícil correr e um dos motivos é o ar, que fica muito poluído, no entanto a umidade da chuva também acaba ajudando nesse aspecto e, conseqüentemente, no desempenho e isso faz com que a pessoa se sinta melhor correndo


Prof. Ricardo Gomes é treinador da TPM

sábado, 7 de março de 2009

Alongar antes de correr ajuda ou atrapalha? A opinião dos treinadores!


A Contra-Relógio publicou em sua edição de dezembro a matéria “Comprovado: alongar antes de correr nada ajuda e até prejudica”. Nela a revista revela conclusões de um estudo da Universidade de Nevada (EUA), confirmando o que a CR já tinha apresentado há dois anos, ou seja, que o alongamento feito imediatamente antes de começar a correr não previne lesões, nem melhora a performance. E a nova pesquisa ainda mostra que o alongamento nesse momento chega até a prejudicar, ao reduzir a capacidade de força das pernas.


Como boa parte dos corredores, orientados ou não por treinadores, ainda tem esse hábito, a matéria acabou gerando certa polêmica. Então a Contra-Relógio decidiu ouvir a opinião de alguns treinadores do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, em depoimentos colhidos, respectivamente, por Márcio Carrilho, Yara Achôa e Claudia Andrade.


"SEMPRE DISSE QUE NÃO SE DEVE ALONGAR ANTES". Treinador de 42 atletas de elite, entre eles Franck Caldeira e os gêmeos Cosme e Damião Anselmo de Souza, o médico Henrique Viana, da Pé de Vento, de Petrópolis (RJ), diz não estar surpreso com a divulgação do recente estudo. "Não é de hoje que se fala nisso; eu mesmo sempre disse que não se devia alongar antes de treino ou competição, pois é claro que, alongando-se antes, perde-se força contrátil, mas, por outro lado, um músculo muito contraído também não é bom, daí a importância do aquecimento prévio, que já é o suficiente", afirma.


Viana, que trabalha com atletas de elite há 29 anos, também lembra que é comum eles se esquecerem de alongar depois dos treinos e competições, "mas eu fico em cima, exijo isso deles, assim como o desaquecimento, que é muito importante. Se puder relaxar nadando um pouco, no mar ou numa piscina, melhor ainda, pois ajuda a soltar bem a musculatura, prevenindo dores e lesões", recomenda.


"NEM EM ACADEMIAS SE FAZ". Norton de Freitas, especialista em treinamento esportivo e condicionamento físico, há 26 anos atuando no Rio de Janeiro, faz coro com Viana: "Desde pelo menos 2001 que leio artigos sustentando essa posição, em revistas estrangeiras especializadas em fisiologia, e até já dei entrevistas falando disso, depois caíram em cima de mim, mas este é o preço que se paga por estar atualizado. Por outro lado, nunca li nada científico justificando o alongamento antes de atividade física, nem em academias se faz mais alongamento antes de séries de musculação, por exemplo; aquece-se apenas usando uma carga mais leve. Aos meus atletas de corrida e triatlo sempre preconizei a seqüência aquecer, treinar/competir, voltar à calma, que nada mais é do que o desaquecimento, e, por fim, alongar", destaca.


Freitas lembra, no entanto, que para uma tese se tornar aceita cientificamente é preciso que diferentes estudos, feitos em locais distintos e com grupos diferentes de pessoas, cheguem à mesma conclusão. Isso ainda não aconteceu em relação à não recomendação de se alongar antes de atividade física, mas, segundo ele, não deverá tardar. "Na mais recente edição do livro Phisiology of Sport and Exercise, a quarta, de autoria de Jack Wilmore e David Costill, que é uma das obras de referência mais respeitadas sobre o assunto em todo o mundo, pela primeira vez se diz que o alongamento prévio às atividades físicas está em cheque, pois evidências vêm mostrando isso", revela.


"NENHUMA CONTRA-INDICAÇÃO PARA FUNDISTAS". No entanto, há opiniões divergentes. Para o treinador Joaquim Ferrari, também do Rio de Janeiro, há 18 anos no mercado e que treina cerca de 100 atletas - 70 deles à distância, pela internet -, alongar antes do treino não tem nenhuma contra-indicação quando se trata de atividade de longa duração, como é o caso da corrida de rua. "Em atletas de esportes de explosão, o alongamento prévio, quando a musculatura ainda está fria, é contra-indicado, mas, no caso da corrida de longa distância, eu oriento aos meus atletas um alongamento suave antes da atividade física, que faz parte do pré-aquecimento, pois ajuda a aumentar o fluxo sangüíneo".


De acordo com Ferrari, o risco de lesão existe quando o corredor alonga além do arco de movimento a que está habituado, daí a necessidade de sempre se alongar devagar e com cuidado, sem dar trancos. "Já o alongamento depois do treino ou competição, precedido de um desaquecimento, terá uma amplitude de movimento naturalmente maior, mas cada atleta sabe o seu limite; o risco de lesão é maior quando se alonga em dupla, passivamente, pois o companheiro pode forçar demais a amplitude", alerta.


MEDO DE CORRER SEM ALONGAR. Tomei conhecimento desse estudo da Universidade de Nevada, que diz que o alongamento estático antes da corrida levaria a perda de força nas pernas na hora do exercício, e concordo com ele. O problema é que a pessoa muitas vezes tem medo de correr sem antes fazer um alongamento. Cabe a nós professores orientar para mudar esse padrão. Eu aconselho dar uma caminhada ou um trote como aquecimento, para depois alongar de leve, com movimentos que não provoquem dor. Em seguida, entrariam os exercícios educativos, para só então começar o treino propriamente dito. É claro que o alongamento para trabalhar a flexibilidade também é importante, mas ele deve ser feito em um outro momento que não o do treino. E após a corrida, recomendo apenas um alongamento bem leve." Manu Santana, professora de educação física e treinadora da SIX Assessoria Esportiva, de São Paulo.


INDICAÇÃO DO SÉCULO PASSADO. "Muito oportuna essa polêmica levantada pela Contra-Relógio, para que os corredores e até mesmo os profissionais da área de educação física prestem mais atenção ao que estão fazendo. Essa idéia de que é preciso alongar antes do início do exercício foi preconizada pelo treinador Bob Anderson, nos anos 80 (do século passado). E as pessoas colocaram isso na cabeça. Mas nas décadas anteriores, vale lembrar, os atletas não faziam alongamento e nem por isso se lesionavam mais.


Eu venho do atletismo profissional e desde sempre a ordem é chegar na pista, pré-aquecer com um trote ou caminhada e depois fazer um alongamento direcionado, focado nos grupos musculares que serão exigidos. Como técnico, essa é minha orientação. Após o treino, proponho um desaquecimento, também por meio de uma caminhada ou trote, para depois partir para um alongamento leve. E sentir dor não quer dizer que você está alongando mais e sim que está alongando errado." Wanderlei de Oliveira, maratonista, diretor da Federação Paulista de Atletismo e coordenador-técnico do Clube BM&F Bovespa, de São Paulo.


AINDA NÃO É UM CONSENSO. "Não acredito que esse estudo seja um consenso nível A. Acho que ainda é cedo para tomarmos como verdade absoluta. Quando recebo um aluno que passou o dia no escritório, sentado, tenso, por exemplo, inicio o treino com um alongamento leve, trabalhando especialmente grupos musculares como ombros e costas. Isso vai trazer bem-estar e não tira a força das pernas. Concordo, sim, que o alongamento deva ser bem orientado, respeitando o limite individual de cada um e sem provocar qualquer tipo de incômodo." Augusto César Fernandes de Paula, professor de educação física e treinador da PlayTeam, de São Paulo.


ALONGAR PARA TIRAR A TENSÃO. "O alongamento que é feito com os alunos da equipe antes dos treinos é muito mais voltado para a cabeça do que para o músculo. Serve para tirar a tensão e também para evitar que o pessoal se disperse. É um alongamento mais básico dos membros superiores e inferiores, com ênfase no quadril. Se for muito puxado é ruim porque faz com que o trabalho de contração muscular fique mais lento.


Depois do treino fazemos um alongamento mais específico, ativo, já com outra pessoa ajudando e compressas de gelo, para aliviar uma eventual dor ou contração que o aluno esteja sentindo depois da corrida. Mas também serve para relaxar. É preciso avaliar a situação de cada pessoa, porque pode acontecer de, depois de um treino muito pesado, o alongamento gerar uma lesão, romper uma fibra.


Recomendamos aula de alongamento para ajudar no equilíbrio, na postura. Fazendo o alongamento e a musculação como complemento dos treinos, o corredor vai prevenir lesões. São aulas importantes no suporte da corrida. Agora, tem gente que acha que o alongamento é remédio pra tudo, que, se está sentindo dores hoje é porque não alongou no final do treino de ontem. Isso não existe, porque o alongamento que é feito pouco depois do treino ou da corrida dá um alívio momentâneo." Valmir Bochi Junior, responsável técnico da equipe VMax Sports, de Brasília.


CULTURA DE ACADEMIA. "Essa história de alongamento é mais de quem vem de academia e tem essa cultura. O pessoal mais veterano de corrida de rua já sabe que não precisa. Seria mais interessante fazer um aquecimento educativo, de uns dez minutos, com elevação e flexão de perna. Os alongamentos estáticos são raros antes dos treinos na nossa equipe. Se a pessoa não está devidamente aquecida, pode romper uma fibra se fizer só o alongamento e começar a correr.
Ao final do treino, aí sim, fazemos um trabalho no colchonete, para quem está sentindo o ácido lático mais forte. Mas também é preciso dar algumas voltas bem lentas na pista, para diminuir os batimentos cardíacos. É importante fazer aula específica de alongamento e geralmente orientamos para fazer no dia do treino regenerativo, como preparação para o treino mais forte do dia seguinte." Eder Vilanova, técnico da equipe Lo Rã, de Brasília.


RISCO DE LESÃO COM ALONGAMENTO. "Eu já puxei alongamento em grupo, antes de corrida, mas esse trabalho dura, no máximo, dez minutos e o risco de lesão é mínimo. É mais uma questão psicológica mesmo, de ter alongado. Em academia, fazemos um aquecimento na bicicleta ou em esteira, para sair da zona de repouso e ir aumentando a freqüência cardíaca de cada um a até 70% da freqüência cardíaca máxima. Isso prepara o organismo para um exercício mais pesado. Muitos corredores reclamam do cansaço no início da prova e dizem que depois de alguns minutos sentem-se mais preparados do que no início. O aquecimento ajuda nisso e é por isso que os corredores de elite têm uma área mais aberta para se preparar e deixar a freqüência cardíaca mais elevada.


Quem fica se puxando e esticando exageradamente pode causar uma lesão de fibra, que é um processo lento e pode levar anos para aparecer, por conta da degeneração muscular. Também não acho bom o método calistênico (alongamento dinâmico) exagerado. Depois da corrida, pode-se fazer um alongamento mais intenso, desde que não seja um trabalho de flexibilidade, é importante diferenciar os dois. O corredor primeiro tem que ir gradualmente reduzindo os batimentos cardíacos, ou seja, não deve parar imediatamente depois de terminar a prova, mas continuar andando, para se recuperar. Depois disso faz o alongamento, que ajuda a distribuir o ácido lático.


A flexibilidade tem que ser trabalhada em aulas específicas, não seguidas de atividades de alto rendimento, caso contrário pode levar a um estiramento muscular." Cléber Santos, técnico da equipe Healthy Way, de Brasília.


PARA GANHAR ELASTICIDADE NA CORRIDA. "Vou falar com base na minha experiência como praticante da corrida: não consigo ver um trabalho legal de treinamento que não tenha alongamento. Eu, por exemplo, tenho uma tendinite de tendão de Aquiles que resolvo com alongamento. Não fico sem. Mas acho que precisa ser feito depois do aquecimento.
Este aquecimento pode ser uma caminhada, podem ser saltitos, exercícios educativos. Depois pode fazer o alongamento. Dá para comparar essa situação com uma borracha no sol. Aquecida, a possibilidade de distender é maior. O alongamento também serve para dar mais elasticidade na hora da corrida, o deslocamento vai ficar mais fácil.


Antes de uma prova, o alongamento é mais básico, com os grupos musculares que serão utilizados. Depois da corrida, o corredor deve andar um pouco, entregar seu chip, fazer de oito a dez minutos de trote, para sair de uma pulsação mais alta e voltar lentamente para os níveis de antes do aquecimento, e só então fazer o alongamento, para acelerar o processo de recuperação. Usamos também banheira de gelo, para provocar uma vasocontrição e reduzir o risco de microlesões.


O alongamento é diferente do trabalho de flexibilidade. No alongamento, eu respeito minha amplitude, meu limite. Na flexibilidade, vou além da minha amplitude articular. Por isso não se pode estar flexionado antes de uma prova, senão qualquer choque - o que é muito comum em corridas - pode causar uma lesão. . Alexandre Coutinho, técnico da Cafic (Centro de Atividade Física Coutinho), de Brasília.


AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO SEMPRE. "O aquecimento e o desaquecimento devem ser feitos sempre. Mas essa questão da necessidade de se fazer alongamento é mais um problema cultural do que científico. Para um trabalho de grande flexibilidade, cada movimento precisa ser feito de 30 a 40 segundos, em duas ou três séries. Você não vê isso nas corridas e nos treinos. O que você vê são as pessoas fazendo dez segundos e só.


Seria mais interessante fazer um alongamento balístico (com movimentos rápidos de ritmo) do que o estático. Agora, se a pessoa vai fazer um trabalho de tiro ou um treino intervalado (fartlek), que exigem mais da unidade do músculo, o sarcômero, se fizer um alongamento prévio pode não conseguir contrair o músculo depois, o que causaria microlesões.


O trabalho de alongamento voltado para a flexibilidade é importante, pelo menos um período na semana - o ideal seria duas vezes por semana. Se os músculos estão alongados, isso evita a degeneração de meniscos, do tendão. Considero esse trabalho essencial para os treinos. Marcelino Calvo, fisioterapeuta do IDA (Instituto do Atleta), de Brasília.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A biomecânica da corrida e a prevenção de lesões


A corrida pode ser considerada, dentro de uma visão simplista, uma série de pequenos saltos de um pé para o outro que se repete por alguns metros a vários kilômetros.


Durante cada aterrissagem do pé no solo o corredor fica exposto a forças de impacto repetidas estimadas em duas a três vezes o seu próprio peso corporal. Aplicando este fato a um corredor de 70 kg de peso, que realiza durante a corrida uma média de 250 aterrissagens por pé por kilômetro percorrido, durante um kilômetro cada pé irá suportar 38 a 57 toneladas de força.


Corredores com média de 60 a 120 km/sem podem expor seu corpo à aproximadamente 16.000 a 32.000 impactos por perna por semana, o equivalente a 2.400 a 7.200 toneladas de força.Incrível! Como podemos fazer isto? Que máquina perfeita é esta que não só suporta tamanha carga, mas ao mesmo tempo executa o movimento com suavidade? Esta é uma máquina capaz de aprender o movimento, aperfeiçoar seu funcionamento e melhorar seu rendimento.


Este volume de estresse é impressionante para os membros inferiores, o que nos desperta dúvidas sobre a resistência desta “máquina” e a durabilidade de suas “peças”. Nossa “máquina corporal” tem peças vivas com capacidades variáveis de reparação e de regeneração.


A biomecânica da corrida é complexa e compõe de muitas variáveis mecânicas capazes de explicar como o corpo consegue administrar tamanho estresse. A posição do pé na aterrissagem da corrida, o comprimento e freqüência das passadas, os ângulo de flexão do joelho durante a fase de apoio (contato do pé no solo) e a posição das articulações do pé e tornozelo são alguns dos exemplos destas variáveis.


Cada uma destas variáveis tem seu valor nas forças que agem sobre o corpo durante a corrida. Qualquer mudança na aplicação destas variáveis mecânicas resultará na modificação das forças de reação do solo sobre o organismo, acarretando mudanças na corrida.Devemos lembrar que alguns movimentos são próprios do ser humano, mas devem ser aprendidos e aperfeiçoados para um melhor rendimento, evitando complicações a médio e longo prazo.


A técnica interfere na forma do movimento e o modifica para cada objetivo traçado. Um corredor de longa distância não suportaria correr uma maratona apoiando apenas nos dedos dos pés e teria conseqüências desastrosas para seus tendões e articulações. Da mesma forma, um corredor de velocidade jamais atingiria sua velocidade máxima realizando uma corrida com apoios dos pés semelhantes a um maratonista.


O que nos espera no futuro próximo com os avanços dos estudos em biomecânica aliada à fisiopatologia das lesões (origem e funcionamento das lesões) é uma melhor compreensão dos movimentos humanos nas condições reais, assim como das capacidades de suportar e administrar cargas durante a vida.A visão do corredor e de quem estuda os aspectos envolvidos nas ciências da corrida deve ser ampla, mas criteriosa. Observe melhor a sua corrida, melhore sua técnica e corrija sempre seus erros.


Correblog Boa corrida !

terça-feira, 3 de março de 2009

O uso da vaselina

A vaselina é um produto que serve como lubrificante e deve ser usado no corpo do corredor na região de maiores atritos entre a pele e o contato do vestuário, evitar assim assaduras e bolhas.

A vantagem do uso da vaselina é que ela faz uma camada à prova d’água durante um longo tempo, retardando o aparecimento de incômodos em corridas mais longas.


Indica-se usar debaixo das axilas, entre os dedos dos pés, nos mamilos, nas virilhas, nas coxas e no pescoço. Ou em qualquer região que o corredor sinta mais atrito de seu corpo e que provoque algum desconforto.


Algumas vaselinas têm o efeito anestésico e bactericida, porém deve-se usar com moderação para que a região não tenha uma perda total de sensibilidade, que é importante como defesa natural do organismo.


Sendo assim, para corridas mais longas, não se esqueça: vaselina é material obrigatório.


Luiz Fernando Bernardi

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Seleção de corredores de rua

Bom dia !

Corredores de Rua


Estamos selecionando corredores de Rua com indice de elite para treinamento. Disponibilizamos os melhores profissionais do mercado para o desenvolvimento de planilhas específicas de treinos.

Enviem para diretoria@play10.com.br os tempos e um breve histórico dentro do atletismo para análise de nosso corpo técnico.


Vagner Nascimento

A polêmica do alongamento


Independente de qual seja a modalidade esportiva, alongar antes e depois da atividade física sempre esteve presente na “cultura” dos atletas amadores. Porém, de uns tempos para cá, algumas pesquisas revelaram que o alongamento “pré-treino” não evita lesões ou melhora o desempenho. Isto vem gerando uma grande polêmica entre fisioterapeutas, treinadores e especialistas, que não chegam a um consenso sobre o assunto.


“Trabalhos recentes mostram que o alongamento feito antes das atividades esportivas não parece ter eficiência. Isso não quer dizer que ele não deva ser feito. O alongamento é importante para um bom desempenho e conforto do atleta durante e após a prática do esporte. Por isso, é solicitado que o atleta faça sessões regulares de alongamento, mas não antes do exercício”, diz Glauber Alvarenga, fisioterapeuta do Instituto Vita e professor da USP (Universidade de São Paulo).


“Alongar antes e depois das sessões de treino pode não ter efeito tão benéfico como todos pensam, e sim fazer mais mal do que bem. A ciência básica e a evidência clínica atual sugerem que o alongamento antes ou logo após o exercício gera maior probabilidade de causar uma lesão do que preveni-la”, afirma Ana Luiza Uchoas Arantes, fisioterapeuta formada pela PUC-Camp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e sócia-proprietária da Fisio Life Clinica de Fisioterapia e Reabilitação.


Mas também existem aqueles que defendem a realização dos alongamentos antes dos treinos e acreditam que ele não pode prejudicar o corredor, como Oswaldo Damiani Junior, professor de reabilitação do exercício da Clínica Osmar de Oliveira.


“Esta questão do alongamento se tornou uma enorme polêmica. Não existe um consenso ou algo concreto que garanta que se deve ou não alongar antes do exercício. Assim, é recomendado que o praticante se alongue de forma ponderada”, diz Damiani Jr. “De uns tempos para cá, o alongamento tem gerado uma discussão muito grande, mas até hoje não foi nada comprovado sobre o que é realmente certo ou errado. Por isso, continuo orientando para que meus alunos façam alongamento leve antes e depois de correr”, afirma Kim Cordeiro, treinador da BK Sports.


E o que fazer?

Como nem os especialistas e pesquisadores conseguem chegar a uma conclusão sobre o assunto, o melhor que os atletas podem fazer é utilizar o bom senso, e sempre respeitarem os limites do corpo.“Aquele indivíduo que sempre alongou antes de praticar o exercício deve continuar fazendo isso. Já o que nunca fez alongamento e a vida inteira se sentiu bem também não tem porque mudar”, orienta Pedro Luis Ferreira, professor de educação física e fisioterapeuta da Clínica Osmar de Oliveira.


“Mais importante do que alongar antes da atividade física é fazer um bom aquecimento. O alongamento pode ser realizado após isso, mas moderadamente, sem forçar muito a musculatura”, completa Ferreira.


Logo após o treino, o correto também é não exagerar demais no alongamento, pois a musculatura fica “anestesiada” e o atleta pode acabar ultrapassando seu limite sem sentir dor. “Forçar demais na hora de alongar pode até provocar uma lesão. Após o treino, o ideal é hidratar, relaxar um pouco e depois fazer um alongamento leve”, diz Paulo Nogueira, diretor técnico da PN Treinamento.


Estique-se

Enquanto as vantagens (ou desvantagens) de alongar antes e após o exercício ainda causam polêmicas, os benefícios de realizar alongamentos em dias ou horários diferentes dos treinos não deixam dúvida.


“O alongamento feito de maneira correta e no momento adequado propicia condições para a melhora da agilidade, força, velocidade e eficiência mecânica”, diz Ana Luiza. “Quem quer melhorar a flexibilidade pode fazer séries específicas de alongamento em dias ou horários alternados aos dos treinos”, orienta Cordeiro.


“Existem pessoas pré-dispostas a ter maior ou menor flexibilidade, isto é genético, por isso não se pode forçar muito. Mas na vida tudo é treinamento. Quem tem menos alongamento pode fazer séries específicas. Pouco a pouco o tecido vai ter mais elasticidade”, finaliza Damiani Jr
Cesar Candido dos Santos

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Melhore sua passada

Aquela combinação de movimentos exagerados, feitos por atletas antes de uma competição, que misturam saltos e elevações de joelhos e calcanhares, podem parecer estranhos, mas não são feitos apenas para aquecer músculos e articulações. Eles fazem parte dos chamados exercícios educativos, que ajudam o atleta a conquistar uma passada cada vez mais ritmada e equilibrada. “As passadas são muito importantes na corrida, pois é o que determina o ritmo da prova, pois se ele tiver uma freqüência boa, poderá mantê-la durante todo o percurso”, explica Alexandre Maximiliano, treinador da Equipe Start.

Correr com as pontas dos pés ou tocando os calcanhares primeiro no solo pode gerar lesões e até brecar o movimento, tornando mais lento, o que acarreta uma queda no desempenho. Mas como é a passada perfeita? “A passada certa é aquela que respeita a flexibilidade do atleta, mantém o braço coordenado e o tronco projetado mais a frente, além de coordenar amplitude e velocidade em sincronismo, buscando sempre o ponto horizontal e não vertical”, define Diego Lopez, treinador da Equipe Trilopez.


Freqüência e amplitude

As características principais que devem ser consideradas em uma passada são a freqüência e a amplitude, mas é preciso seguir os seus limites e deixar que a prática torne o movimento cada vez mais natural. “Quanto maior é a amplitude, maior será o gasto energético. Por isso, não adianta aumentar muito a amplitude da passada e perder a mecânica correta do movimento, como, por exemplo, esticar demais a perna à frente, girar o quadril ou apoiar as passadas com o calcanhar freando o movimento. É mais fácil melhorar a freqüência de passadas do que a amplitude”, conta Alexandre Maximiliano.


Confira a descrição de alguns educativos para melhorar a passada. Os exercícios devem ser feitos em uma dou duas séries antes do treino principal


::: Saltitos sem deslocamento

Descrição: mantendo os joelhos semi-flexionados, impulsione o corpo verticalmente e aterrize sobre o metatarso, a parte do meio para frente do pé.


:: Saltito tocando a parte medial dos pés com a mão sem deslocamento

Descrição: repita a ação do exercício anterior e conduza um dos pés até a mão oposta.


:: Trocas de apoio

Descrição: sem deslocar-se, realize a troca de apoio de uma perna para a outra, mantendo o tornozelo em uma linha reta sob o quadril.


:: Troca de apoio com deslocamento para frente

Descrição: utilizando os princípios básicos do exercício anterior, a troca de apoio é realizada de uma perna para a outra de forma relaxada, mas desta vez com deslocamento para frente. Os passos devem ser curtos.


Odara Gallo

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

INGREDIENTES DO SUCESSO NAS CORRIDAS DE FUNDO


Os corredores de fundo devem ter conhecimento e ser conscientes de alguns aspectos relevantes para o sucesso esportivo. E quando falamos em sucesso esportivo, não nos referimos apenas às glórias e louros de vitórias triunfantes e recordes mundiais, porém, em superar os desafios impostos pelo rigor do treinamento cotidiano e o alcance das metas e objetivos estabelecidos pela preparação individual.
Os ingredientes do sucesso que consideramos fundamentais para a obtenção de boas marcas individuais nas corridas de fundo são:

• PREPARAÇÃO AERÓBIA

O corredor de fundo necessita de um excelente nível de condicionamento de sua capacidade aeróbia, de resistência geral. Para isso, os treinos devem contemplar o método de duração, com rodagens em ritmo contínuo e / ou variado, em intensidades entre 60-85% da freqüência cardíaca máxima, com uma duração entre 20-60 minutos, pelo menos 3 vezes na semana. Se não houver uma dedicação para se desenvolver a resistência aeróbia, o corredor de fundo verá nulas as suas possibilidades de alcance de boas marcas.

• TREINAMENTO MULTIFUNCIONAL

O treinamento multifuncional permite ao corredor o desenvolvimento harmonioso de suas capacidades motoras (resistência, força, velocidade, flexibilidade, coordenação). O aumento do seu nível de condicionamento físico geral promove melhoras acentuadas na sua capacidade de treinamento específico. Assim, treinamento com pesos (musculação), alongamentos, ciclismo (que tal um spinning?) e até a natação, embora que não sejam específicos à corrida, proporciona ganhos no condicionamento geral do corredor, aumentando a sua capacidade de resistência, sua força muscular e servindo até mesmo como uma proteção contra lesões. Isso tudo bem distribuído ao longo da semana e “casado” adequadamente com o treinamento específico de corrida somente trará benefícios ao corredor.

• PRINCÍPIO DE BILL BOWERMAN

Muito simples o que dizia Bill Bowerman, co-fundador da Nike e técnico de corredores como Steve Prefontaine, o mito americano no início da década de 70: “após um dia de treinamento duro, segue-se um dia de treino leve”. Assim, ao alternar trabalhos mais intensos com dias de treinos regenerativos, o corredor estará promovendo os ajustes biológicos necessários em seu organismo para a melhora da sua aptidão atlética e rendimento na competição. O bom corredor sabe que o descanso e a recuperação são tão importantes quanto o treinamento em si.

• IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS FORTES

Todo corredor apresenta características distintas dos demais. Ao identificar os seus pontos fortes, o corredor saberá lidar com eficiência com as dificuldades do treinamento e também adotar qual a melhor estratégia a ser seguida durante as competições. Como exemplos típicos, há corredores que possuem um grande nível de resistência, suportando bem o ritmo imposto, porém, são fracos na arrancada final; outros, no entanto, são o oposto daqueles, “cozinhando o galo” na maior parte do percurso e, quando menos se espera deles, arrancam em uma desabalada carreira até a fita de chegada. Conhecendo as suas principais características e quais os treinamentos que devem ser realizados para melhorar ainda mais o que se faz bem, o corredor estará um passo à frente de seus adversários de prova.

ERRAR PARA MENOS E NÃO PARA MAIS

Em se tratando de corrida de fundo, é sempre melhor errar para menos do que para mais. Explica-se: as lesões por esforço repetitivo atingem muito mais os corredores que fazem grande volume de quilometragem semanal do que aqueles que se dedicam mais aos treinos de menor duração e maior intensidade. E como ninguém quer deixar de treinar devido às lesões inoportunas, todo o cuidado é pouco! Na dúvida, portanto, corra menos!

MANUTENÇÃO DO RITMO

O ritmo de corrida é fundamental para as pretensões de qualquer corredor de fundo que se preze. Ao variar demais o ritmo na competição, o corredor promove um gasto de energia excessivo e desnecessário que prejudica o seu desempenho. Assim, quanto mais o corredor se manter fiel a um ritmo equilibrado, sem variações bruscas, maior será a sua possibilidade de desenvolver uma ótima corrida, retardando o surgimento da fadiga. Do bom maratonista, diz-se até que o mesmo é capaz de percorrer os 42 km equilibrando um copo d’água na cabeça sem sequer derramar uma gota, indicando qual seja a necessidade de equilíbrio e noção de ritmo que esse atleta deve ter. Exagero ou não, é melhor estar atento nesse aspecto!


Prof. Esp. Marcelo Augusti

Pós-graduado em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo pela UnifespConsultor em Preparação Física da Revista Contra-RelógioColaborador da Revista Spiridon (Portugal)Professor do Curso de Extensão Universitária em Preparação de Corrida de Fundo da UniFMU

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Quando e como reduzir o treino antes de uma maratona


Os corredores já sabem da importância de se reduzir a carga de treinamento (quilometragem e intensidade da corrida) antes de uma competição. Se o treinamento prevê melhoras no condicionamento físico ao longo do tempo, é certo também que produz a fadiga, um indicador fiel das possibilidades individuais.


Assim, ao preparar-se para uma corrida importante, o corredor deve encontrar o equilíbrio entre a quilometragem percorrida e o ritmo (intensidade) em que a corrida é realizada e durante quanto tempo isso deve ser feito, e quando deve haver uma redução desses parâmetros. Somente desse modo será possível obter a melhor forma para a prova, ou seja, eliminar toda a fadiga proporcionada pelo treinamento (tanto física como mental) e estar apto para o melhor desempenho no dia decisivo.


As diversas pesquisas existentes na área do treinamento esportivo apontam que uma redução na quilometragem por duas ou três semanas antes de uma maratona é de grande importância para uma melhora no resultado competitivo. Porém, qual é a forma mais eficiente de diminuir o treinamento antes de uma corrida importante?



AS EVIDÊNCIAS E AS EXPERIÊNCIAS

A investigação científica e a experiência de atletas e treinadores mostram que, para uma maratona, o ideal é que a quilometragem seja reduzida a partir de três semanas antes da competição. Por exemplo, um maratonista poderia reduzir sua quilometragem em 20% na terceira semana antes da maratona, 40% na semana seguinte e 60% na semana da corrida, podendo com isso, obter uma melhora no desempenho em torno de 3%.


Entretanto, ainda não há um consenso entre cientistas, treinadores e atletas em relação ao tempo de recuperação antes de uma competição, pois estamos tratando de biologia que, ao contrário da matemática, não é uma ciência exata.


As diferenças individuais (individualidade biológica) são determinantes para uma exata compreensão de todos os fenômenos e ajustes bioquímicos que ocorrem no corpo humano. Isso dificulta o entendimento sobre os aspectos relacionados ao tempo necessário para uma completa restauração física e mental, de forma que o atleta entre na competição com a sua máxima possibilidade de desempenho.



A dúvida que sempre assalta os corredores, portanto, é: quando iniciar a recuperação, ou o descanso ativo? Pela nossa experiência como treinador, acreditamos nos seguintes pontos fundamentais para a solução dessa questão:



- O tempo de treinamento do corredor e a sua experiência.
- A idade do corredor e o seu estilo de vida (alimentação, sono, trabalho, lazer, família).
- A quilometragem acumulada para a competição em questão e o tipo de treinamento realizado.
- Períodos de descanso intermediário.
- A resposta do organismo aos estímulos do treinamento (ajustes biológicos).


Se estas questões forem bem compreendidas e consideradas no momento da elaboração do plano de treinamento para a competição, acreditamos que o treino possa apresentar inúmeras possibilidades para o seu desenvolvimento, permitindo ao treinador e ao atleta uma excelente planificação.



A PREPARAÇÃO IMEDIATA PARA A COMPETIÇÃO

Muitos corredores são capazes de participar de duas maratonas em um período de tempo de apenas sete dias, mantendo o mesmo nível de desempenho em ambas. Assim, seria possível fazer o último treino longo uma semana antes da maratona? Acreditamos que sim, desde que o corredor observe algumas regras importantes que estão relacionadas ao sono, alimentação, estresse social e profissional e à própria estrutura da planificação do treinamento.
Uma maneira de se fazer isso, sem prejuízo ao rendimento, é aquilo que chamamos de "preparação imediata para a competição", que nada mais significa que aumentar gradativamente, semana a semana, a quilometragem do treino longo, culminando com a maratona.


Veja o exemplo de periodização para a maratona, conforme o princípio do ciclo imediato para a competição:


Condicionamento: 22 kmCondicionamento: 24 kmCondicionamento: 26 kmCompetição: 21 km
Condicionamento: 28 kmCondicionamento: 32 kmCondicionamento: 36 kmCompetição: 42 km


Este ciclo imediato para a competição é dividido em dois períodos de 3 x 1: no primeiro, temos três semanas de condicionamento, onde a quilometragem do treino longo é elevada gradativamente, sendo que na quarta semana, haverá uma competição ou um treino forte na distância de 21 km, onde o corredor deverá buscar o seu melhor ritmo competitivo. No segundo período, novamente temos três semanas de condicionamento, com um novo aumento da quilometragem do treino longo, sendo que na quarta semana o corredor alcança o pico da quilometragem ao percorrer os 42 km da maratona.



A periodização composta pelos ciclos imediatos para a competição pode ser realizada por qualquer corredor experiente A vantagem desse sistema de cargas crescentes é que o corredor pode optar por realizar os dois períodos do ciclo (para os corredores que necessitam de um pouco mais de rodagem), ou apenas um único período, o último, para os mais treinados. Ou seja, é possível fazer a maratona com apenas 4 ou 8 semanas de treinos específicos para quem já apresenta um bom nível de rodagem.


Assim, longe de ser uma questão mitológica, podemos mostrar que é possível a realização de um trabalho de recuperação tanto seguindo os parâmetros tradicionais (de três semanas com redução da carga), como inovando na estrutura do ciclo de preparação (sistema de cargas crescentes), o que deixa claro que não há uma verdade exclusiva e universal em se tratando de treinamento esportivo e que tudo está aberto a novas experimentações. Em ambos os casos os corredores irão obter os benefícios de um bom planejamento e estratégia de treino.


COMO TREINA O EDITOR
Com mais de 30 maratonas "nas costas" e também duas Comrades, realizei treinos finais distintos para essas duas situações. Para as maratonas tenho feito sempre o último longo (entre 32 e 35 km) duas semanas antes da prova e no domingo anterior realizo um treino de aproximadamente 20 km no ritmo que pretendo correr a maratona ou um pouco mais rápido. Depois, na semana, só trotes leves de 10 km ou menos.



Para a Comrades, segui nestes dois anos, praticamente a mesma preparação, apenas um pouco mais rápido agora. Ou seja, fiz a seqüência de "longuíssimos por tempo" em fins de semana seqüenciais, que cresceram de 5 horas, para 5h50, 6, 7 e 8 horas. Depois deste último, fiz um longo forte na Maratona de Porto Alegre, outro mais fraco na Maratona de São Paulo e no domingo anterior à Comrades um treino de 25 km em ritmo mais rápido que imaginava correr na África (6/km e 6:30/km, respectivamente).


Esse treinamento funcionou (com exceção das cãibras na parte final...), mas confesso que se não houvesse a ocorrência daquelas duas maratonas talvez eu optasse em seguir para a Comrades a mesma preparação que costumo fazer para maratonas, ou seja, o longuíssimo de 8 horas duas semanas antes e no fim de semana anterior um treino mais rápido de 3 ou 4 horas. Isto porque terminei o treino de 8 horas muito bem, pela seqüência gradativa que vinha, e acredito que seria mais "natural" ter mantido a evolução nas semanas seguintes. Talvez no ano que vem eu experimente esse planejamento, mesmo porque a Comrades será dia 24 de maio, portanto não se podendo utilizar Porto Alegre e São Paulo para o apronto final.



Antes disso, porém, estarei correndo a 1ª Maratona de Punta del Este, dia 7 de setembro, para a qual pretendo manter aquele meu tradicional treinamento, que incluem longos em distância crescente, intercalados com algumas competições, para pegar ritmo. Dessa forma, deverei fazer a Meia de Campinas (13/7), depois um longo de 25 km, outro de 30, a Meia de São Bernardo (3/8), longos de 30, 33 e 36 km, a Meia da Praia Grande (31/8) e a Maratona de Punta.



Durante a semana irei manter os três dias de academia (seg., qua, sex.), onde faço musculação (braços e pernas), fortalecimento da coluna (abdominais e flexão) e um pouco de esteira. Às terças e quintas vinha fazendo "longuetes" na preparação para a Comrades, mas para a maratona irei trocar por treinos de qualidade, para ganhar um pouco mais de velocidade. Assim, nas terças farei fartlek (1,5 minuto fraco x 1,5 min. forte), com 3 km de aquecimento e outro tanto de desaquecimento, enquanto nas quintas serão tiros de 1.000 m com intervalo de 1 a 2 min. caminhando; também aqui o trabalho de aquecimento e de volta à calma, trotando.


Essa preparação é, em linhas gerais, bastante próxima da proposta aqui por Marcelo Augusti, e tem me permitido correr maratonas entre 3h30 e 4 horas, a depender da minha dedicação aos treinos, obviamente, e das condições oferecidas pela prova, notadamente a temperatura e a altimetria.



Para os que acharem muito em cima correr em Punta del Este, existe a opção da 2ª Maratona das Águas, promovida pelo Sesc-PR, dia 21 de setembro em Foz do Iguaçu, em percurso com predominância de aclives e declives, mas não muito fortes, e uma chegada exuberante, ao lado das Cataratas. (Tomaz Lourenço)


Prof. Esp. Marcelo Augusti
Pós-graduado em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo pela UnifespConsultor em Preparação Física da Revista Contra-RelógioColaborador da Revista Spiridon (Portugal)Professor do Curso de Extensão Universitária em Preparação de Corrida de Fundo da UniFMU